quarta-feira, 18 de junho de 2008

mais um dia que já está terminando...

Hoje eu acordei com uma vontade louca de fugir de casa, e de andar por aí seu rumo, sem destino... era uma vontade tão grande de viver intensamente a vida, de não deixar nem um segundo dela passar sem ser muito bem aproveitado... de agir somente pelo impulso, de correr riscos, de ir até o limite. E depois, quando eu estivesse enjoada, de saco cheio de tudo, recomeçar. Mas aí, eu cheguei até a cozinha e vi minha mãe preparando com muito carinho o meu almoço, pensei na vida que eu tenho, na minha família, que mais parece um hospício, nos sonhos ainda não concretizados, nos melhores amigos, que pra mim são os melhores do mundo, no amor pela pessoa que está ao meu lado sempre... e então aquela vontade de fugir ficou pra trás, junto com os meus sonhos mais promíscuos, com todos os meus desejos mais perversos e com os meus momentos de insanidade... voltei pra realidade e percebi que tudo o que eu preciso está aqui mesmo e que se eu não tivesse esta vida, eu não teria vida alguma...

quinta-feira, 5 de junho de 2008

A Suposta Existência

Como é o lugar quando ninguém passa por ele?
Existem as coisas sem ser vistas?
O interior do apartamento desabitado?
A pinça esquecida na gaveta?
Os eucaliptos à noite no caminho três vezes deserto?
A formiga sob a terra no domingo?
Os mortos, um minuto depois de sepultados?
E nós, sozinhos no quarto sem espelho?

Carlos Drummond de Andrade.