quinta-feira, 24 de abril de 2008

por Valéria Fagundes (a flor do sertão)

Minha Terra por ventura
mereçe tal descrição
Lá a vida é menos dura
qualquer um lhe estende a mão.

O céu é menos cinzento
Lá não tem poluição
só existe um argumento
Que me parte o coração.

Ver o povo madrugar
E seguir para o roçado
Mais se a chuva não chegar
Perde o que se foi plantado.

Eu agora exilada
só me resta descrever
Aqui não encontro nada
Que me motive a viver
Mas falar da minha Terra
Ah! isso me dá prazer.

E mesmo aqui tão distante
Tenho algo a pedir
Quero agora, neste instante
voltar para Manari
pois eu não quero morrer
Sem de lá me despedir.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Oração a São Jorge

Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge para que meus inimigos, tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me vejam, e nem em pensamentos eles possam me fazer mal.Armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças se quebrem sem o meu corpo tocar, cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar.Jesus Cristo, me proteja e me defenda com o poder de sua santa e divina graça, Virgem de Nazaré, me cubra com o seu manto sagrado e divino, protegendo-me em todas as minhas dores e aflições, e Deus, com sua divina misericórdia e grande poder, seja meu defensor contra as maldades e perseguições dos meu inimigos.Glorioso São Jorge, em nome de Deus, estenda-me o seu escudo e as suas poderosas armas, defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza, e que debaixo das patas de seu fiel ginete meus inimigos fiquem humildes e submissos a vós. Assim seja com o poder de Deus, de Jesus e da falange do Divino Espírito Santo.
São Jorge Rogai por Nós.

terça-feira, 22 de abril de 2008

um pouco de mim

Por algum tempo eu tive medo...
medo de não ser igual,
medo de errar,
medo de decepcionar,
E depois de tanto me magoar cheguei a conclusão de que nada pode fazer mudar o que eu realmente sou.
Hoje eu já não me importo mais com o que as pessoas irão pensar, mesmo que estas pessoas sejam as únicas que realmente importam pra mim!
Acho que vou chegar ao fim da vida sem conhecer todas as verdades sobre ela, mas se eu pensar bem, eu vivo a minha vida intensamente, e é o que realmente vale a pena.
Amo desesperadamente tudo o que eu faço, tudo o que eu sou e tudo o que eu tenho, já conheci lugares lindos, aprendo sobre tudo o que quero, não dou a mínima importância para quase nada que o dinheiro pode comprar e questiono tudo o que me parece ser passível de questionamentos, ainda que a maioria das vezes eu seja incompreendida.
O ser humano é escravo de si mesmo, de suas ambições e dos seus sonhos. Não serei apenas mais uma entre a multidão! Pois não consigo ser o que eu não sou, não consigo querer mais do que eu tenho.
O que me resta é a esperança de que um dia as pessoas serão livres, pois saberão dar valor ao que é verdadeiramente importante. Elas se libertarão de tudo o que escraviza e oprime, então poderão viver em paz!!!

terça-feira, 15 de abril de 2008

pensemos na morte sem tristeza

Em uma carta do filósofo Sêneca ao amigo Lucílio, encontramos algumas reflexoes importantes: Diz ele: “Deixemos de desejar o que sempre desejamos. É isso realmente o que faço: já velho abandonei os meus desejos de menino.Só para isso passo os dias, as noites; para isso trabalho e penso: pôr um fim aos antigos males.Nisso me ocupo, para que o dia possa equivaler a toda a vida.Naturalmente não o arrebato como se fosse o último, mas o considero como se pudesse ser mesmo o derradeiro.
Escrevo-te esta carta com tal disposição de alma, como se a morte me houvesse de chamar: principalmente quando estivesse escrevendo.Estou preparado para partir e, por isso, aproveitarei a vida, porque em nada me inquieta sua duração.Antes da velhice cuidei de viver bem, na velhice trato de morrer bem; ora, bem morrer equivale a morrer de bom grado.Esforça-te por nada fazeres a contragosto. Tudo o que será necessidade a quem repugna, não o será para quem quer.
Digo o seguinte: Quem recebe as ordens de bom grado, evita a parte mais penosa da escravidão, ou seja, fazer o que não quer.É infeliz, não aquele que, mandado, executa uma tarefa, mas quem a faz forçado.Por isso, de tal modo nos disponhamos espiritualmente que desejemos o que as circunstâncias exigirem e, de modo especial, pensemos no nosso fim sem tristeza.
Devemo-nos preparar mais para a morte do que para a vida. Esta é suficientemente fecunda; mas somos ávidos dos meios para viver; e algo sempre nos parece faltar.Não são os anos nem os dias que fazem com que vivamos bastante, mas a disposição espiritual.” Enfim, o velho Sêneca termina a carta dizendo: “Caro Lucílio, eu vivi quanto era suficiente, agora satisfeito espero a morte. Adeus.”
Quantos de nós poderíamos partir com esta certeza no coração: a de ter vivido o quanto era suficiente.Vivido o suficiente não em tempo, em dias, em anos, como ele mesmo afirma, mas o bastante em disposição espiritual.Quantos de nós temos essa consciência: de que aproveitar bem a vida é ter se dedicado a pôr fim nos antigos males? Quantos? Aguardar a morte sem medo, sem incertezas e inseguranças no íntimo, só consegue quem tem a consciência tranqüila, a consciência de quem se esforçou para se melhorar nesta vida.Pensemos no nosso fim sem tristeza.Pensemos num fim que é apenas conclusão de uma etapa, de uma fase. Recomeço. Ou se preferir, continuidade.Pensemos no nosso fim sem tristeza. Coroado com sorrisos de “até breve” e com lágrimas de “muito amei”.Pensemos na brevidade da existência e na longevidade da vida, que não pára, que não finda, que não se apaga nunca.Pensemos no nosso fim sem tristeza. Pensemos no nosso fim como um novo começo, certo e seguro.